Resumo:
O objetivo do projeto foi utilizar o Role-Playing Game (RPG) como auxiliar pedagógico
visando o desenvolvimento de espontaneidade, criatividade, raciocínio lógico e
diminuição da timidez em alunos do Ensino Fundamental. Com reuniões semanaisrealizadas com estes alunos pudemos observar a dinâmica do grupo e seu
desenvolvimento diante das atividades e, a partir disto, elaboramos meios através dos
quais o grupo pudesse canalizar seus potenciais criativos e cooperativos dentro da
expectativa de nossa proposta. Com isso, observamos que ao final do projeto houve
mudanças significativas no comportamento dos participantes em relação à
espontaneidade, cooperação e perda de timidez, em situação de jogo e fora delecomo foi apontado em entrevista com os alunos. Pudemos também observar a
influência da mídia sobre tais jogos no início do ano quando notícias pejorativas,
apesar de falsas, acerca do RPG, implicaram em alguns entraves no andamento do
trabalho. São apontados caminhos para a utilização dessa prática pedagógica no
contexto de escola pública como auxiliar do desenvolvimento inter e intrapessoal do
aluno.
ITRODUÇÃO: O jogo de RPG, diferente do que se acredita, possui um potencial pedagógico rico em virtude de seu caráter de produção artística, principalmente levando-se em conta o aspecto emocional e de inter-relação pessoal do aluno, que deve ser muito bem considerado pela
Pedagogia. É bastante promissora uma proposta de se juntar a ferramenta do RPG ao ambiente escolar, administrado de uma maneira claramente adaptada ao enriquecimento da parcela humana do aluno que engloba suas capacidades sociais e emocionais. (MARCATTO, 1996; RIYIS, 2004; PAVÃO, 2006)
RPG é a sigla para Role-Playing Game que pode ser traduzido como “jogo de interpretação de papéis”. Diferente da dramatização comum em que trama, personagens e ações
á estão pré-definidos, o RPG é uma história narrada por um jogador específico e seudesenvolvimento se dá através das ações dos personagens criados pelos outros jogadores, o jogo é, assim, uma criação coletiva. (BOTREL; DEL DEBBIO, 1999)
A narração do RPG ocorre da seguinte maneira: o narrador expõe a situação e diz
aos jogadores o que eles vêem, ouvem e percebem; os jogadores, por sua vez, relatam qual ação seus personagens irão realizar frente à situação descrita pelo narrador. Prezando o senso de realidade e também para não tornar as ações demasiadamente simplistas, a ação do jogador poderá ser bem sucedida ou não de acordo com lançamentos de dados efetuados pelos
jogadores. Os critérios se encontram nas regras dos livros correspondentes ao sistema utilizado.
Há também os personagens criados pelo narrador. São personagens auxiliares chamados de NPC’s (sigla para None Player Characters) ou PdM (Personagem do Mestre) que podem tanto participar do grupo imaginário dos personagens, ou desempenhar o clássico papel de vilão, sendo então um estorvo às realizações dos personagens principais. Nada, porém, que os retire do jogo, apenas motivam a interpretação correta por parte dos jogadores em relação a seus personagens.
(BOTREL; DEL DEBBIO, 2003)
A história do jogo teve início no ano de 1974 com o primeiro RPG da história, que
ambientava uma Idade Média repleta de fantasias, criaturas mágicas, aventureiros solitários e grupos de cavaleiros que resgatariam princesas e receberiam recompensas, este jogo foi influenciado diretamente pela obra de Tolkien (2003) publicada primeiramente em 1954. Com o decorrer do tempo este jogo foi atualizado para atender a demanda dos novos consumidores, sua última versão foi desenvolvida por Cook, Twet e Williams (2004). Novos sistemas do jogo de RPG foram sendo inventados, alguns para dar maior realismo às aventuras, outros para aprimorar ainda mais a primeira proposta e, assim, outros sistemas vieram a se tornar muito populares entre aqueles jogos que surgiam recentemente. Jackson (1994) desenvolveu o primeiro sistema genérico, adaptável a qualquer ambientação e, Hein-Hagen (1994) criou alguns dos jogos mais conhecidos com ambientação de terror no mundo atual No Brasil, além desses já citados, alguns outros jogos são bastante conhecidos e utilizados pelos jogadores entre eles, jogos criados por brasileiros. Andrade, Klimick e Ricón (1992) fizeram o primeiro RPG brasileiro sendo um dos mais utilizados pelos professores de história, que descreve o Brasil no Período Colonial; Andrade e Godoy (2004) desenvolveram o primeiro sistema genérico brasileiro; Botrel e Del Debbio (1999) fizeram um sistema com ambientação atual e de terror e, Cassaro (2003) criou um sistema de regras e ambientação simples, próprio para os iniciantes no jogo. Uma característica importante do RPG é que não há perdedores ou vencedores. As histórias são baseadas em tramas e enigmas a serem desvendados pelos jogadores, e para que isso ocorra, é necessário um bom trabalho em equipe. Portanto, além de estimular a cooperação em grupo, o RPG também auxilia na perda de inibição, desenvolvimento da espontaneidade, criatividade e raciocínio para improvisações, uma vez que o jogador é levado a descrever suas ações de maneira clara e dramatizada. (MARCATTO, 1996; RIYIS, 2004; PAVÃO, 2006)O RPG não é competitivo. A diversão não está em vencer ou derrotar os outros
jogadores, mas utilizar a inteligência e a imaginação para cooperação com demais
participantes, buscar alternativas que permitam encontrar melhores respostas para as
situações propostas pela aventura. É um exercício de diálogo, de decisão em grupo, de
consenso”. (MARCATTO, 1996)
Essa idéia é corroborada por alguns teóricos influentes tanto no campo da
Psicologia como no da Pedagogia, como Vygotsky. Segundo Oliveira (2001) Vygotsky privilegia em seus trabalhos a importância da brincadeira de “faz-de-conta” no desenvolvimento intelectual da criança. Para ele, através do imaginário, a criança estabelece contato com o concreto através de sua representação da realidade que, junto às regras também impostas pela brincadeira, faz com que ela se comporte de forma mais avançada do que o esperado em sua idade.“O RPG é um excelente instrumento para abordarmos, na fantasia, aspectos da
realidade que queremos compreender melhor. Permite a simulação de situações num
ambiente protegido, imaginário. Possibilita que a criança e o adolescente tenham o
contato com suas tensões interiores e a extravasem, abrindo caminho para uma
consciência e um entendimento que garantam melhores condições para lidar com os
problemas da vida, mas é imperativo que a aventura proposta esteja adequada ao nível
de compreensão dos participantes”. (MARCATTO, 1996)
A estrutura do RPG é bem mais complexa do que a da brincadeira de “faz-deconta”,
mas apresenta uma estrutura bastante similar e, pode-se dizer até que com funçõesidênticas a ela. Dessa forma, ainda dentro das idéias de Vygotsky, o RPG seria uma ferramenta de auxílio ao que ele denomina de “zona de desenvolvimento potencial”, períodos de desenvolvimento em que o indivíduo está aprendendo a desenvolver funções ainda em amadurecimento, para posteriormente chegar ao que ele chama de “zona de desenvolvimento real”, quando o indivíduo já é capaz de realizar tarefas de modo independente. Para que essa transição ocorra Vygotsky ressalta a importância de uma ajuda externa que, no entanto, não nterfira na ação individual. (OLIVEIRA, 2001)
Qualquer atividade apresentada ao aluno paralelamente à escola que venha motiválo
a apresentar um relacionamento mais saudável com a instituição é digna de crédito perante os educadores. Uma vida escolar que se caracterize pela simples repetição de regras e cumprimento de tarefas vem a frustrar uma significante parcela do corpo discente, ainda que pequena. São os chamados “alunos-problema”; aqueles que apresentam comportamento indisciplinado, ou não demonstram o mínimo interesse com as obrigações curriculares, ou não se relacionam abertamente com a figura do professor e com seus companheiros, ou ainda tudo isso junto.
“Podemos ver, então, que os professores necessitam cada vez mais de estratégias
motivantes e que agreguem dois fatores: aprendizagem de conteúdo e desenvolvimento
de aspectos comportamentais positivos (...). É preciso, portanto, que se tenha um Jogo
que ao mesmo tempo seja cooperativo e possibilite a construção do conhecimento que o
professor tenha como objetivo”. (RIYIS, 2004)
Veja o preojeto completo aqui !
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS usadas para este projeto !
ANDRADE, F.; KLIMICK, C.; RICÓN, L. E. O Desafio dos Bandeirantes – Aventuras na Terra de
Santa Cruz. São Paulo: GSA-Entretendimento Editorial, 1992.
ANDRADE, L. A.; GODOY, R. M. Opera RPG. São Paulo: Comic Store, 2004. 208p.
BOTREL, N.; DEL DEBBIO, M. Trevas. 3.ed. São Paulo: Daemon, 1999. 221p.
Supers Super-Heróis para Role Playing Game. São Paulo: Daemon, 2003. 112p.
CASSARO, M. Manual 3D&T Defensores de Tóquio 3ª Edição Revisado, Ampliado e Turbinado.
São Paulo: Trama, 2003. 144p.
COOK, M.; TWET, J.; WILLIAMS, S. Dungeons & Dragons. 3.5 ed. Tradução Marcelo Souja
Stefani e Bruno Cobi Silva. São Paulo: Devir, 2004. 317p.
FRADE, M. A. F. Mídia e Cidadania. Revista Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v.
12, n. 1, 2002.
HEIN-HAGEN, M. Vampiro A Máscara. Tradução Luiz Eduardo Ricón e Otávio Gonçalves. São
Paulo: Devir, 1994. 312p.
INQUÉRITO DA família Guedes na Justiça. A Tribuna, Espírito Santo, 25 mai. 2005. Polícia, p.17
JACKSON, S. GURPS Modulo Básico. 3. ed. São Paulo: Devir. 1994. 260p.
MARCATTO, A. Saindo do Quadro: Uma Metodologia Educacional Lúdica e Participativa baseada
no Role Playing Game. São Paulo: Exata Comunicação e Serviços S/C LTDA. 1996. 185p.
OLIVEIRA, M.K. Vygotsk. Aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio histórico. 4.ed. São
Paulo: Editora Scipione, 2001. 111p.
PAVÃO, A. A AVENTURA da leitura e da escrita. Base de dados.
RIYIS, M. T. Simples, manual para uso do RPG na Educação. São Paulo: Ed. do Autor,.2004. 88p.
TOLKIEN, J. R. R.
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Super demais isso !
O RPG é ´r[a lá de bem vindo em todos os sentidos...
amei... amei...
♥By R.G.♥
O Senhor dos anéis. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 1201p.
ZAUPA, A. Jogo de RPG motivou assassinato de família no ES, diz polícia.
Folha Online, São Paulo,
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Super demais isso !
O RPG é ´r[a lá de bem vindo em todos os sentidos...
amei... amei...
♥By R.G.♥
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Seu recadinho é muito bem vindo !
prometo responder...
♥By R.G.♥